A quimera do menino
Longe o tempo em que o sonhar era menino...
E o menino, no divagar de antanho,
Urdia nos sonhos o seu destino,
Imaginando o mundo ao seu tamanho.
O alazão herói, feito de pau,
Galopava em nuvens de algodão,
E com audácia, combatendo o mal,
Impregnava do bem seu coração.
Mas, o diáfano e translúcido equino,
Que, a própria vida e o tempo acelera,
Desfaz-se agora em sopro repentino.
E aquele sonho, que menino era,
Tornou-se adulto e com mais tino,
Transformando-se em lívida quimera.
Nicanor Pereira
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