quinta-feira, 16 de agosto de 2012

MOMENTOS















Momentos felizes,
Outros nem tanto,
Ousadias surpreendentes,
Que exigem cautela,
E os corações respondem.

Se estão apaixonados,
Tudo é resplandecente,
Como uma aurora bonita,
Que o sol prepara,
E o dia se torna faceiro.

Gotas de orvalho cintilantes,
Parecem jóias preciosas,
Pequenos momentos,
Uma existência tão curta,
Que se esvai nos raios de luz.

Desperta magnífica a natureza,
As flores destilam seus perfumes,
Os pássaros em alaridos,
Singram seu espaço no céu,
Em busca de alimento.

Vai chegando o entardecer,
E o sol procura então descansar,
Emitindo seus raios de luz,
Pintando as nuvens de cores,
Vaidosas exibindo figuras.

Um manto escuro todo estrelado,
É o desfecho da noite que chega.
Mansa anunciando seu esplendor,
Aparece radiante a lua,
Inspirando  corações apaixonados.

Jairo Valio

MÃOS




















Que afagam, dão carinho, trazem delícias.
Despertam carícias num envolvimento,
Quase um deleite, ao se entrelaçarem,
E depois, tocando-se envolventes,
Vão trocando, aos poucos, mudas sutilezas.

De formas generosas são seus feitios:
As femininas, macias, sem brutalidade,
Que tocam flores como essas lhe tocam,
Cúmplices que são umas das outras,
E, generosas, são o encanto da vida.

Do homem, com ranhuras, machucadas,
Muitas vezes brutas e maltratadas,
Pois ao receberem recíprocas no afago,
Descontrolam-se e mostram-se grosseiras
Por serem viris e não conterem destemperanças.

E da criança, que de tão frágeis não se entrelaçam,
São sublimes quando envolvem num doce abraço,
Mãos pequenas quais botões de rosas que desabrocham,
Não se contêm quando tateiam em buscas de carícias,
Pedindo colo da mamãezinha que, atarefada, acode.

Mãos que suplicam aos Céus nas incertezas,
Precisam de outras para amparar suas angústias,
E depois, quando se acalmam das tempestades,
Demonstram carinho ao apertarem em soluços,
Aquelas que socorreram em suas horas de aflição.

Jairo Valio

E A LUA CHOROU



Percebi que lágrimas escorriam,
Condensando-se  intensas nas nuvens,
e depois em prantos  tão abundantes,
despencavam quase em tormentas,
como se para tanto houvesse razões.

Perguntei por que tantas agruras,
eu que a conheci pelas saudades,
pois muitas vezes olhei-a sereno,
junto com meu amor que perdi,
e tínhamos somente emoções.

Disse-me com voz embargada;
“Hoje ninguém me contempla,
nem me olham com ternura,
mesmo que estejam enamorados;
já sou decadente para quem ama.

“Os atrativos não estão nas alturas,
o céu deixou de ter sua beleza,
mesmo as estrelas que antes piscavam,
agora estão tristes e também choram,
por não exercerem mais seu fascínio.

“Choro e as lágrimas quase me sufocam,
tão abundantes brotam quando acordo,
e mesmo que apresente todas a beleza,
enluarada e iluminando todos os espaços,
opaca me torno para corações insensíveis.”

Desculpas pedi por ver sua tristeza,
e disse que ainda existem os enamorados,
que sutilmente mesmo que por segundos,
contemplam e admiram seu fascínio,
e ainda há seguidores para as estrelas.

Jairo Válio