quarta-feira, 7 de outubro de 2015
O Tempo
Célere passa o tempo entre os folguedos,
No sorrir das manhãs e o abrir das flores!
Não percebes? — a vida é puro arremedo
De efêmera alegria, entre as mil dores.
Na radiosa manhã, da nascente vida,
Sorris, embalado no materno colo.
Não vês a romagem em despedida
E que, pérfida, espreita em sutil dolo.
Na suave eufonia da balada,
Retine a harpa, entre as colcheias,
A funérea melodia sincopada.
Assim é o tempo que vagueia
Entre o nascer e as vespertinas horas,
Assinalando o fim da caminhada.
Nicanor Pereira
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